MUSICA
Brigas de amor nunca mais
Na espera o vinho azedou
Sentindo ais tao brutais
O meu fado chorou
Veio Fernando em pessoa
Para me alertar
Que nao ha navio nem canoa
Que navegue este mar
Coimbra,cais, seu beijo
Amor, Cais Cais, desejo
Sua beleza roubou minh'alma
Nem mesmo o Tejo me acalma
Falo da dor que me mata
Escute e entenda esta dor
POEMA
Dor que me mata.
Sombra da mata que nao me cobre.
Fogo que implode pobre.
Espuma virtual da cascata.
Logros de jogos a que nao me proponho.
Refletente perfil medonho.
Colheita impura aos pes da armadura.
Saber-se Deus ou ser criatura?
Belo e o verbo desde que se diga
Assim como a flor se por mim foi plantada.
Se existe o chegar, existe estrada.
Seja, pelo labor, bendita a fadiga.
Roco os degraus. Procuro subir.
Sou peixe que nada contra a corrente.
Procuro fluir meu sonho demente.
Sou tudo e do nada procuro o porvir.
Raca maldita e o poeta que sente
em seu marginal fluir da corrente.
Bendita e dor que bem te lapida.
Bendito e o amor nascido da vida.
Rastros do ceu, do chao e das aguas.
Serao sempre rastros. A mao que os detenha.
Que os ponha nas magoas
e no fogo da lenha.
Dor que me mata. Dor que consome.
Sem mais rimar o poeta descobre
que a dor e seu tema.
Sei e me doi em saber que vivo da dor,
da dor que me mata...
Peco a bencao de Fernando Pessoa – Macova fev/2005